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Informativo CEA

25 de novembro: Dia Internacional da Não-Violência Contra as Mulheres.

“ Se me matam, levantarei os braços do túmulo e serei mais forte”[1].

Diante do contexto de violências em que vivem mulheres e meninas em todo o mundo, a Organização das Nações Unidas, em 1999, estabeleceu o “25 de novembro, como o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher”. A data foi escolhida em homenagem as irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa conhecidas como “Las Mariposas”[2]. As três irmãs lutavam contra a ditadura militar na República Dominicana e foram assassinadas a mando do ditador Rafael Leônidas Trujillo, no dia 25 de novembro de 1960.

Irmãs Mirabal Las Mariposas
Las Mariposas

No Brasil as violências contra as mulheres sempre estiveram presentes, inclusive durante a ditadura militar, a exemplo da presidenta Dilma Rousseff e tantas outras militantes políticas que foram torturadas e/ou assassinadas. Contudo, o enfrentamento à violência de gênero ganhou visibilidade nos anos 80 do século passado, através dos movimentos sociais e do fomento de políticas públicas, como por exemplo, a criação das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM). Na década de 1990 a violência baseada no gênero ganhou força nas discussões acadêmicas e em 2006 foi criada a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), a primeira lei exclusivamente em defesa das mulheres, no Brasil.

Mesmo diante dos direitos assegurados nas últimas décadas, a violência de gênero continua presente na vida das mulheres e meninas brasileiras, quando elas sofrem assédio moral nas ruas e nas empresas em que trabalham, são estupradas nas vias públicas, espancadas em suas próprias casas e violadas psicologicamente em seu cotidiano. As mulheres trans e as mulheres negras são mais vulneráveis que as brancas; considerando também que a transfobia e o racismo são violências.

As mulheres e as meninas que vivem em situação de violência têm seus corpos coisificados, suas falas e suas atividades anuladas e suas vidas afetiva, sexual e social marcadas por manifestações de violências que se constroem através das relações de abuso de poder e violação dos seus Direitos.

 O cenário que se configura com a última eleição é de retrocesso político e perda de direitos para mulheres e meninas. Frente a essa realidade, o 25 de novembro continua sendo uma data que convoca todas as pessoas para se engajarem na caminhada da não-violência contra as mulheres. É dia de mobilização igualmente para a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB).

Ativismo 21dias21 Dias de Ativismo

A IEAB, através do Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento (SADD), mantem a única instituição de apoio às mulheres em situação de violência da cidade de Ariquemes/RO, a Casa Noeli dos Santos, que atua em parceria com a Rede local de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres, resultado de ações constituídas cotidianamente para estabelecer uma cultura de paz.

É importante ressaltar ainda que a IEAB/SADD tem denunciado as violências de gênero, quando publicou, em 2013, a Cartilha sobre a “Prevenção e Enfrentamento à Violência de Gênero contra as Mulheres”. E em 2016 lançou a revista “Gênero, Sexualidades e Direitos”. Ambas foram construídas coletivamente e implementadas nas nove Dioceses e no Distrito Missionário, através de cursos, roda de conversas, oficinas, colóquios e Seminários sobre as temáticas.

Cartilha do SADD 1
Cartilha 1, Cartilha 2 e Revista SADD

A Cartilha e a Revista foram reconhecidas como relevantes instrumentos mediadores de conhecimento, de compromisso social e de justiça; um novo jeito de fazer diaconia social e política na vida da Igreja. São consideradas instrumentos para mediar o diálogo entre igreja e outras instâncias sociais, protagonizando um outro jeito da liderança clerical e leiga reconhecer e romper com todas as formas de violências contra as mulheres.

Ilcélia A. Soares - Comissão Nacional de Diaconia.

[1] Minerva Mirabal.
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-42125587.

[2]Codinome que Minerva usava em sua militância política.
https://jornalggn.com.br/noticia/25-de-novembro-o-dia-internacional-de-combate-a-violencia-contra-a-mulher.

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