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Túmulo e Mesa de Banquete
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Iniciamos a mais importante Semana do Calendário Cristão: a Semana que antecede a Festa da Ressurreição de Jesus. Por isso mesmo chamada “Semana Santa”. No último domingo, Domingo de Ramos, saudamos a memória ancestral de quem chegou a Jerusalém montando num burrinho, e foi aclamado como Rei. Ainda é um choque, admitamos, o fato de que o Messias tão esperado, a liderança política que livraria o Povo de Israel da servidão, fosse aclamado como majestade mesmo estando montado num jumento que nem seu era.
Dominicalmente, celebramos uma Pequena Páscoa, preparando-nos anualmente para vivermos a intensidade litúrgica e teológica do chamado Tríduo Pascal, que tem início com a Quinta-feira Santa, com a Cerimônia de Lava Pés e a Instituição da Santa Ceia; seguida da Sexta-feira Santa, com sua riqueza de possibilidades litúrgicas (7 Palavras da Cruz; Via Sacra; Ofício da Paixão etc.); o Sábado de Aleluia (que nos ilumina com as chamas da Vigília Pascal); e, finalmente, a Grande Festa da Ressurreição, a Festa da Páscoa de Jesus, o Domingo Maior.
O mais impressionante? Quem se doou em sacrifício vivo e santo, o esperado Messias prometido no Antigo Testamento, que morre morte de cruz por amor a humanidade, RESSUSCITOU! O túmulo está vazio! Exclama Maria, discípula de Jesus. Sim! Novamente uma mulher tem protagonismo na história salvífica. Foi de uma mulher que nasceu Jesus. Foram as mulheres, algumas delas estrangeiras, que confrontaram suas ideias na ocasião muito marcadas pela cultura patriarcal de seu tempo. Foram as mulheres que o acompanharam durante toda a sua vida e morte. Foram as mulheres as primeiras a saberem que ele havia ressuscitado. Hoje, somos nós, mulheres, maioria a testemunhar sobre sua vida, morte, paixão e ressurreição.
Dentre as mulheres, algumas de nós presidimos a Eucaristia em nossas comunidades anglicanas em nosso Brasil. Como uma delas, afirmo que o privilégio de presidir a Eucaristia é também a responsabilidade de rememorar a misteriosa experiência de celebrar em torno do Túmulo que se transforma em Mesa de Banquete, de uma Ceia que nos reúne e nos convida a Comunhão, como filhas e filhos da Graça.
Nesses tempos temerosos, participar desse Banquete e acolher o convite de viver em comunhão é um ato revolucionário. Permitamo-nos!
Revda. Dra. Lilian Conceição da Silva
Departamento de Comunicação e Publicações
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