Eventos do CEA

Mensagem da Partilha Ministerial e Jornada Teológica

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ÁREA II – CURITIBA/PR

ACOLHER E SERVIR

Sob a temática geral de ACOLHER E SERVIR, e sob a coordenação do Centro de Estudos Anglicanos (CEA), e a orientação dos Coordenadores dos Centros de Educação Teológica (CETs), bispos, clérigos/gas e leigos/gas da Área Sinodal II (Diocese Anglicana de Curitiba, Diocese Anglicana de São Paulo e Diocese Anglicana de Rio de Janeiro) estivemos reunidos entre os dias 17 e 18 de julho de 2015, na Catedral de São Tiago, em Curitiba/PR, na PARTILHA MINISTERIAL E JORNADA TEOLÓGICA da Área II. Esteve também presente a Revda. Carmen Etel Alves Gomes, Coordenadora da Área I e Coordenadora Acadêmica do CEA.

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Esta seria a primeira das Partilhas Ministeriais que serão realizadas durante 2015 nas três Áreas Sinodais da IEAB.

A Celebração Eucaristia de abertura foi presidida por Dom Naudal Alves Gomes, bispo da Diocese Anglicana de Curitiba, que mais uma vez acolheu carinhosamente os representantes da Área Sinodal II, e concelebrada pelas Revdas. Carmen Kawano, Lucia Dal Pont Sirtoli, Meriglei Borges Simin e Carmen Etel Alves Gomes, destacando assim os 30 anos de ordenação feminina no Brasil. Desta vez todas as rodadas de discussão foram coordenadas e moderadas pelos Coordenadores dos Centros de Educação Teológica (CETs) das dioceses.

Para o primeiro dia do evento foi convidado como palestrante o Dr. Edson Fernando (Pastor da Igreja Cristã em Ipanema, no Rio de Janeiro), que discorreu sobre o tema “Pastoral Urbana” abordando, sobretudo, a importância de “servir as dores de Deus nas dores do mundo”, onde com sua palestra, seguida de momentos de questionamentos, análises e partilhas, refletimos sobre a dificuldade cultural de se lidar com a finitude humana e em fazer dos conflitos e tristezas quotidianas experiências de crescimento, que não só podem, mas que precisam ser vivenciadas.

A compreensão dessa dinâmica é fator de importância na realização da missão no contexto em que vivemos no século XXI, onde a acolhida e o serviço da Igreja devem abranger tanto o choro quanto a alegria como meios de crescimento dos indivíduos e das comunidades, contrapondo-se, assim, à imposição existente nos dias de hoje. Na plenária os grupos destacaram a missão como instrumento de compaixão, desprendimento e forma de serviço a Deus, trabalhando a necessidade de uma “missão encarnada”, buscando equilíbrio nas suas ações sem perder a força e desafios que são contínuos na vida da Igreja.

Para o segundo dia a programação contou com a presença da Drª. Mercedes Brancher (Assessora de Leitura Popular da Bíblia / Igreja Católica Apostólica Romana) com o tema “Missão na Bíblia”, onde mostrou a importância de uma leitura contextualizada da Bíblia, dialogando com a realidade de nossos dias, uma vez que - para a missão - o “sair” de onde está não se resume à geografia, mas também aos conceitos, costumes e tradições que temos tanto individualmente, quanto como comunidade de fé, de onde resulta a importância de entender a missão com seu caráter de “envio que vai ao encontro” de forma plena e quebrando barreiras. Com base na atuação de alguns profetas do Antigo Testamento, como Moisés, Isaías, Amós, Jeremias, Jonas, assim como no Novo Testamento da mulher samaritana e Jesus, foram mostrados pela palestrante diversos exemplos de atuações, seus contextos e alguns paralelos com nossos dias.

Encerrando, foram apresentadas sínteses sobre temas e perguntas levantadas ao longo do encontro, feitas pelos grupos após momento de diálogo, identificando aspectos como: as dificuldades da Igreja em compartilhar mais o que está fazendo, tanto em relação aos resultados esperados, quanto com resultados ainda não alcançados. De igual modo, a postura da Igreja ante o consumismo e injustiças no mundo não podem se limitar a teoria, mas deve buscar o desenvolvimento espiritual do individuo e, por conseguinte, da coletividade, fato que também depende do reforço da nossa identidade enquanto cristãos anglicanos. A Igreja deve romper a comodidade de ter comunidades que se limitam ao convívio interno, sem contribuir efetivamente na transformação do mundo. A vivência comunitária e o engajamento em prol do outro caminham juntos.
 
Diante das experiências vivenciadas no encontro, afirmamos:

  1. Nossa compreensão da Igreja como instrumento de serviço a Deus, que só se realiza quando nos desprendemos primeiro individualmente como cristãos, e a partir daí como comunidade, que é Eclésia, percebendo que “nós somos os outros e os outros somos nós”.
  2. Nossa consciência de que a Bíblia e a vida dialogam uma com a outra, por isso o entendimento da mensagem da primeira passa também pela sensível leitura da outra.
  3. Nosso compromisso como cristãos de continuamente buscar colocar em prática o que aprendemos.

Saímos com o desafio e compromisso de elabora um plano de missão conjunto para fortalecimento da Área II, partindo da realidade de cada diocese.

Curitiba, 18 de julho de 2015.